Na última semana a equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) teve o desafio de atender a paciente J.E.Y.L, de 32 anos. Ela veio transferida de outra instituição, com diagnóstico de aneurisma cerebral.

Os familiares da paciente são da Coréia do Sul e muitos deles não falam português. Desde o primeiro momento, a equipe entendeu a sensibilidade do caso e se preocupou em passar com clareza e humanização o boletim médico ao irmão da paciente, que fala português e traduzia para Coreano para os demais familiares.

Logo após a chegada da paciente e avaliação da equipe de Enfermagem, médico intensivista e neurocirurgião, foi identificada a suspeita de morte encefálica. A equipe comunicou aos familiares que iniciariam o protocolo de morte encefálica para confirmar essa hipótese.

A família da paciente era muito grande, mas devido à gravidade do caso foi aberta a visitação para todos os entes que quiseram visita-la.

O protocolo de morte encefálica foi iniciado na mesma noite. Respeitando o momento dos familiares e a barreira da língua, eles puderam acompanhar todas as provas. A equipe do Hospital realizou o acolhimento à família e gerenciou a gravidade do caso. Durante todo o período a atuação constante das equipes assistenciais, assessorada por membros da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) do Hospital, foi essencial.

Após a confirmação da morte encefálica, a equipe do Hospital e da Organização de Procura de Órgãos (OPO) realizaram uma reunião com os familiares, expondo a importância da doação, sempre respeitando o momento de luto.

Antes da cirurgia para retirada dos órgãos, a equipe do Hospital soube que o pai da paciente estava internado na UTI de outra Instituição e teve a ideia de trazê-lo para se despedir da filha.

O Hospital em que ele estava internado aceitou a visita de meia hora e as nossas equipes organizaram o fluxo para recebê-lo. No corredor da UTI alguns familiares acompanharam a visita e transmitiram muito amor e conforto uns aos outros. A visita durou cerca de 30 minutos e o pai pode se despedir da filha e ter um momento de conforto com os familiares.

A cirurgia para retirada dos órgãos aconteceu após a visita do pai. Os colaboradores do segundo andar, que estavam acompanhando a paciente da UTI para o Centro Cirúrgico, fizeram um corredor humano para homenagear a jovem e seus familiares.

A cirurgia durou a noite toda. Foi possível captar vários órgãos: o pulmão direito, os rins, o fígado, o pâncreas e ossos. Os órgãos foram levados para vários hospitais, onde os receptores já estavam iniciando as cirurgias para os transplantes.

A Coordenadora da UTI, Enfa. Liliane Nunes, explica o sentimento da equipe que atendeu a paciente. “Foram dias de muita dedicação das equipes, sensibilidade com o outro e barreiras que foram rompidas, tudo em prol da vida! Todos os colaboradores ficaram muito tocados com a história da paciente e de seus familiares. Sabemos o quanto o nosso trabalho é importante e impacta a vida de pessoas que, dessa vez, nem conhecemos. Estamos com a sensação de dever cumprido e de gratidão por poder fazer parte desse processo”.

O Hospital Dom Alvarenga e a CIHDOTT se orgulham muito de poder contar com profissionais que priorizam o atendimento humanizado, o cuidado e acolhimento do paciente e de seus familiares. Histórias como essa nos mostram que estamos no caminho certo!

Responsável: Marketing e Comunicação

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